Adaptação da Semana: Big Driver (2014)

Título original: Big Driver
Adaptação de: “Big Driver” (Full Dark No Stars)
Gênero: Supense
Duração: 85 minutos
Ano de lançamento: 2014
Direção: Mikael Solomon
Elenco: Maria Bello, Ann Dowd, Will Harris, Joan Jett, Olympia Dukakis
Roteiro: Richard Christian Matheson
Produção: Bill Haber e Jeffrey M. Hayes
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt3831810/

SINOPSE

Tess Thorne é uma escritora de romances de mistério que, assim como muitos escritores, está em busca de sucesso editorial. Ela é “convidada” por uma bibliotecária para fazer parte de um evento na cidade de Chicopee, Massachusetts. Ao voltar, seguindo uma rota alternativa ensinada pela bibliotecária, ela se perde em uma estrada deserta e tem os pneus do carro furados, ao passar com ele por pregos grudados a pedaços velhos de madeira, no meio da estrada. Ela acaba conseguindo a ajuda de um estranho, um “gigante” que aparece do nada e se prontifica a trocar o pneu do seu carro. A partir dai a história de vida da pobre Tess muda radicalmente.

CRÍTICA

Big Driver é a adaptação para a TV de um dos quatro contos que compõem o livro “Full Dark No Stars” (ainda inédito no Brasil, mas com direitos de publicação já garantidos pela Suma de Letras) encomendado pelo canal norte americano LifeTime. Por tratar-se de uma produção feita direto para a TV o filme sofre um pouco com a questão do baixo orçamento, o que limitou um pouco a produção de algumas cenas, – porém nada muito drástico, já que a história em si não precisaria de muitos recursos técnicos para ser adaptada.

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A previsibilidade da trama em alguns momentos foi outro ponto que me incomodou bastante. O clima de tensão, recorrente e tão bem trabalhado em diversas outras obras do “gênero vingança”, não está presente em Big Driver, que peca pela velocidade com que os fatos se desenrolam e pelo tom mais ameno que a produção parece tentar passar (a impressão que tive foi de estar assistindo um filme de sessão da tarde, e não uma história séria, sobre violência contra as mulheres).

Os quase monólogos interiores de Tess em busca de respostas para a as estranhas condições que a levaram até a estrada deserta são chatos e igualmente previsivos. Até mesmo as cenas de vingança, que deveriam ser acompanhadas daquele sentimento latente de “parabéns, você deu o que essa vagabunda mereceu” não o fazem com a eficiência que se espera, o que não surpreende, se levarmos em consideração o histórico do diretor Mikael Solomon, que possui outras adaptações igualmente medianas no histórico, como “A Mansão Marsten” (adaptação de 2004 de “Salem”) e  alguns episódios de Nightmares and Dreamscapes (minissérie de tv de 2006 que adapta algumas histórias de King e que no Brasil recebeu o título de “Pesadelos e Paisagens Noturnas”)

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As atuações oscilam entre medianas e ruins. Maria Bello faz um bom trabalho no papel de Tess, ainda que a direção e o elenco que apoio não a tenham ajudado muito. Joan Jett (vocalista da banda “The Runaways”) aparece como uma dona de bar decadente, que fora violentada na infância, com uma atuação que mais se assemelha a de uma garotinha que foi posta de castigo depois de levar uma surra do pai (provando que como atriz é uma ótima cantora). A veterana, vencedora do Oscar, Olympia Dukakis, por sua vez, prova que a experiência conta muito, até mesmo (e principalmente) em uma produção cujo diretor não consegue extrair o melhor dos seus atores. Como Doreen Marquis (personagem fictício, criado por Tess, que a acompanha nos momentos de tensão, exercendo o papel de uma espécie de consciência sem culpa) ela convence de maneira sútil, sem apelar para maneirismos ou exageros de caricatos de interpretação.

Resumidamente falando, a impressão que fica é que Big Driver poderia ter sido melhor aproveitado, se fosse uma produção para o cinema e/ou tivesse caído nas mãos do diretor certo. Aparentemente, não foi dessa vez que Solomon acertou a mão.

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