Adaptação da Semana: Christine, O Carro Assassino (1983)

Título Original: Christine
Título no Brasil: Christine, o carro assassino
Adaptação do livro: Christine (1983)
Gênero: Terror/Suspense
Duração: 110 minutos
Ano de lançamento: 1983
Data de Estréia nos EUA: 09/12/1983
Direção: John Carpenter
Roteiro: Bill Phillips, baseado em livro de Stephen King
Elenco: Robert Prosky, Alexandra Paul, John Stockwell, Keith Gordon
Distribuição: Columbia Pictures
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0085333/

Trailer

Arnold “Arnie” Cunningham é o típico jovem socialmente desajustado. Não é do tipo popular, que se veste bem ou que anda com as garotas mais bonitas do colégio. O típico “perdedor”, com o rosto coberto de espinhas, magro demais para a sua idade e desajeitado, que está constantemente fugindo das gozações dos colegas de sala. Bom… Pelo menos até conhecer Christine, aquela que viria a se tornar o amor da sua vida. Porém, Christine não é uma garota, mas um carro. Mais precisamente um Plymouth Fury 1958 que Arnie encontra certa vez com seu amigo Dennis Guilder, estacionado em um gramado mal cuidado de uma pequena casa em uma das ruas do subúrbio de Rockbridge, bairro fictício do estado da California, em 1978. Foi simplesmente amor à primeira vista. Desde então Arnie se dedica integralmente a cuidar de Cristine, reformando o carro e depositando todo o amor que ele jamais conseguira depositar em outra garota. O que Arnie não esperava (e com o qual ele não contava) é que há algo mais por trás de Christine. Algo denso, maligno, uma força sobrenatural que ameaça consumi-lo, deixando um rastro de horror e morte por onde as rodas cromadas do Plymouth Fury passam.

O filme do famoso diretor John Carpenter, foi lançado originalmente em 1983. Para o público atual é obvio que surge como uma obra já datada, mas ouso arriscar que o filme ainda contém certo charme, principalmente na caracterização da época em que a história se passa. A ambientação, aliada a uma fotografia competente e uma trilha sonora muito bem escolhida, são os principais pontos positivos de um filme que peca talvez pelo desenvolvimento rápido do enredo e a atuação não muito competente do elenco de apoio e do próprio personagem principal. Arnie está lá, com quase todas as características físicas abordadas no romance, porém o lado psicológico (que é talvez tão importante quanto o físico para o desenrolar da trama) foi pouco trabalhado e a impressão que tive é de estar me deparando com um garoto que enlouqueceu, mas eu não sabe muito bem o porquê. Há traços do seu amor obsessivo por Christine, por exemplo, mas abordados de maneira tão brusca que em muitos momentos chega a ser algo quase caricato. Ironicamente, em meio a tantas falhas, o personagem com mais “vida” e que mais me passou credibilidade durante o filme foi a própria Christine, o Carro Assassino. A saída encontrada pelo diretor para dar verossimilhança ao carro foi muito bem sacada, como uso de músicas da época tocadas no radio do carro que são usadas, no decorrer do filme, para dar mais expressividade ao “humor” da personagem”, além de elementos sutis como a sensação de poder que Arnie tem quando entra no carro, como se Christine fosse (e provavelmente era) capaz de manipular a já fragilizada e perturbada mente de Arnie como nenhuma outra amante seria capaz.

Curiosidades

  • O filme foi lançado no mesmo ano do lançamento do livro, devido a enorme popularidade que Stephen King tinha na época.
  • O diretor Richard Kobritz teve acesso a dois manuscritos ainda inéditos na época de Stephen King, “Cujo” e “Christine”. Ele escolheu o segundo, pois achou o primeiro muito bobo.
  • A cena de abertura do filme não consta no livro e mostra o “nascimento” de Christine, junto ao seu primeiro assassinato.
  • No filme a história se passa no bairro de Rockbridge, na California. No livro a história de Christine acontece em Libertyville, bairro fictício do estado da Pensilvânia.
  • No livro Arnie possui um complicado caso de acnes no rosto, porém no filme esta descrição não foi usada. Ele é apenas um jovem de óculos tortos e desajeitado.
  • Muitos personagens do livro foram simplesmente ignorados no filme. Entre eles estão: Sandy Galton e Bobby Stanton (dois membros da quadrilha de Buddy Repperton), Ralph (primeiro desafeto de Arnie e Dennis por causa de Christine), Richard Mercer (amigo de Junkins na polícia) e Jimmy Sykes (zelador com ligeiro retardo mental na garagem de Darnell), dentre vários outros.
  • No livro o cadáver em decomposição de LeBay, antigo dono de Christine, aparece constantemente, deixando implícita a idéia do seu primeiro dono ser a origem do mal de Christine. No livro, entretanto, a possessão de Christine pelo primeiro dono foi deixada de lado e o carro em si é tido como o “portador de toda a maldade”.
  • No livro Christine é um Plymouth fury de 4 portas. Steve não sabia que na época não existiam Furys de 4 rodas. Este detalhe foi corrigido no filme, onde ele voltou a ter duas portas, como na vida real.
  • Kevin Bacon recusou o papel de Arnie para atuar em “Footlose: ritmo quente”.
  • A edição especial do DVD contém cerca de 20 cenas extras que foram excluídas da versão final do filme. Segue abaixo o vídeo com todas elas:

  • Nos créditos iniciais o motor de Christine pode ser ouvido quando o título do filme surge na tela.
  • 25 modelos de carros foram usados para a filme e 13 deles foram destruídos no decorrer do filme.
  • O sucesso do filme na época fez com que o modelo do Plymouth usado no filme se tornasse bastante popular na época.
  • O orçamento original do filme foi de 9,7 milhões de dólares.

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8 respostas

  1. Ainda não li o livro, mas gostei muito do filme, mesmo quando nem sabia quem era Stephen King! Hoje já sou fã de carteirinha do King e Christine é um dos livros que me falta para ler.
    Espero que seja tão bom quanto o filme, o que não é difícil pois quase sempre o livro supera o filme!

  2. “(…) …segundo dizem, a terceira vez é a definitiva.
    Descanse em paz, Arnie.
    Amo você, cara.”

    Sério!
    A história me ganhou ali. Nestas palavras. Não por ser o final; contrário; por ser aquele momento em que – a meu ver – toda aquela história entre dois amigos (e o salvatério) fazem, além de sentido, florescer algo que não se explica, sente-se.

    Tenho a versão da Noca Cultural, publicada 1987
    e nela falta a página 455, porque saiu em branco.
    O que vem depois do fragmento (?) :

    “Pude sentir que o tempo estendia suas mãos – ” Aqui há espaço-em-branco-folha

    Até começar novo parágrafo, 456:
    “Em algum ponto, o pesadelo terminou. Paramos junto ao meio-fio, em um local da cidade que nem mesmo reconheci, um setor que podia jurar nunca ter visto antes. (…)”

    Grande abraço no coração
    King inda faz nossas cabeças

  3. Depois que me tornei adulto, percebi que alguns filmes me marcaram a infância. Alguns clássicos como O Exterminador do Futuro, De Volta para o Futuro, Indiana Jones, entre outros. Mas existem alguns pouco conhecido que ficaram na minha memória. Me lembro de assistir, hipnotizado, à Comboio do Terror; de Conta Comigo, várias vezes na Sessão da Tarde; Christine, em alguma madrugada dos anos 1980; assisti à Uma Fenda no Tempo (Langoliers), com meu primo e, até hoje, é um de nossos filmes preferidos. Me lembro de ter assistido A Maldição do Cigano e adorado. Anos depois, fui descobrindo aos poucos que todos esses filmes “não-clássicos” que me marcaram eram todos baseados em histórias do King. Daí, veio minha primeira compra de um livro do mestre – A Maldição do Cigano. Aliás, o livro é infinitamente melhor que o filme. Desde então, tenho lido e assistido à filmes do King e, ao contrário dos livros, os filmes decepcionam muito, com algumas exceções. Uma dessas exceções é Christine. Gosto bastante de Langoliers também. E espero que as próximas adaptações façam jus aos livros. Abraços.

    1. Langoliers (uma fenda no tempo) foi o primeiro filme baseado em uma obra dele que eu assisti. Foi ele que despertou minha atenção e desde então passei a acompanhar os livros dele. Pode não ter efeitos especiais legais e uma produção meia boca, mas a história é muito boa.

  4. Acho que posso dizer que sou uma das poucas por aí que possuem, em seu nome, uma homenagem ao Stephen King (sim, meu segundo nome é Cristine – infelizmente o tabelião não se deu ao trabalho de entender que havia um ‘H’ ali antes do ‘R’…).
    Hoje, como fã nº 1 do cara, me considero privilegiada em saber que meu nome é uma homenagem às suas obras geniais, e já era muito antes de eu saber ler.

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