Dica Literária da Semana: “Morgan, o Único”

Título Original: Morgan, o Único
Autor: Douglas Eralldo
Ano de Publicação: 2011
Personagens Principais: Morgan
Páginas: 160
ISBN: 978-85-63586-20-9
Disponível no Brasil pelas Editoras: Literata (2011/2012)

Sinopse

“Não! Eu não pedi para que isto acontecesse. Mesmo assim despertei donde jamais poderia ter despertado. Foi um sono intranqüilo, e o despertar mais tenebroso que uma pobre alma poderia ter. Não era mais o mesmo, mas estava ali, nem vivo, nem morto… Simplesmente estava ali, desperto!”
Morgan, um homem de vida simples morre num trágico acidente dirigindo um infame Fusca Abacate. Mas tudo piora quando ele desperta exatos sete dias após sua morte. Então ele emerge da sepultura, transformado numa criatura horrenda e cheia de conflitos. Um agouro da coruja que testemunhou seu despertar prenunciou dias sombrios para Morgan e sua terra.
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Naquela noite um zumbi nasceu para o mundo. Nem morto, nem vivo, em uma nova e inesperada situação. Sem saber o que fazer, ou o quem era Morgan ressurgiu único com seus vermes para um novo mundo. Um mundo intolerante ao diferente. Um mundo com medo de mortos que teimam em não morrer, um mundo em que zumbis não podem amar! Não podem existir!
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Você já ouviu muitas histórias dos homens sobre mortos-vivos, é chegada á vez de ouvir a versão de um zumbi. Conheça Morgan: O único
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Crítica
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Ouso arriscar que mesmo com essa invasão (no sentido figurado da palavra, graças ao meu bom Deus) dos zumbis em filmes, hqs, tv e outras mídias de massa, motivada pela ascensão do seriado “The Walking Dead”, e desde os imemoriáveis tempos de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Incidente em Antares” eu não me deparava com uma história sobre um Morto-Não-Morto tão cativante quanto a do Sr. Do livro em questão. Seu nome? Expedito Morgan Pereira. Ou simplesmente “Morgan”, como o próprio faz questão de frisar logo nas primeiras páginas do seu “Diário Pessoal”. Como há de se perceber, Morgan não é um defunto qualquer. Ele, aliás, é sequer um defunto, no sentindo literal da palavra, já que não está morto, mas também não está vivo. O próprio Morgan tem certa dificuldade em definir o que ele é. Desse modo ele acaba aceitando, de bom grado, a alcunha pela qual se tornaria conhecido perante a população pouco esclarecida da cidadezinha onde morava: Morgan: O Único. Simples assim.

Não entrarei em mais detalhes sobre a história do livro porque não valeria a pena. Não valeria porque “Morgan: O Único” é um livro que deve ser lido, ao meu ver, sem conhecimento ou expectativa alguma acerca do seu enredo (eu não recomendaria sequer a leitura da sinopse na orelha e na contracapa, apesar dela não revelar muito da história). Foi dessa forma que me aventurei na leitura do livro e foi dessa forma que me foi revelada uma agradável surpresa. Admito que não botava muita fé no livro. Estava desanimado graças as inúmeras decepções pelas quais já passei com relação a novos autores de literatura nacional, principalmente no que diz respeito ao terror (a porcentagem de autores nacionais ruins que abrange esse gênero é muito alta e esse pequeno parentese não diz respeito apenas as desconhecidos, infelizmente, apesar de termos ótimos representantes também). Entretanto, o gaúcho Douglas Eraldo veio para me fazer calar a boca (ou os pensamentos preconceituosos). “Morgan” é uma agradabilíssima mistura de terror com humor ácido, diálogos verossímeis e alguns trechos divertidíssimos, contracenando perfeitamente bem com outros agoniantes, tudo isso em uma dosagem agradável, com referências, entre outras coisas, á clássicos da literatura e da cultura pop em geral. A escrita leve, mas ao mesmo tempo bem construída, denota a habilidade do autor com as palavras, enquanto os capítulos curtos mantém o ritmo alucinante da história e ao mesmo tempo proporcionam ao leitor o tempinho do qual ele precisa para respirar antes de se aventurar nas próximas páginas.

Outro ponto do livro que achei bastante interessante diz respeito aos lapsos de crise existencial pelos quais Morgan passa. Diferente dos Mortos-Vivos comumentemente abordados na literatura, Morgan padece do mesmo mal que nós, meros mortais, padecemos: Consciência. Aquela que muitos considerariam como uma dádiva, para ele é uma maldição. Afinal, como lidar com o impeto desenfreado da fome, do desejo pela carne fresca, quando se tem a consciência de que matar seres humanos é errado? Tal linha de raciocínio é ampliada quando Morgan, depois de fazer sua primeira vítima (ironicamente, uma criatura com a qual ele tinha uma estreita ligação afetiva) encontra-se com a mulher que ele amara em vida e se vê cercado por um dilema de proporções apocalípticas: Render-se aos desejos da carne e transformar-se de vez em um monstro ou resistir e conservar, mesmo que seja um pouquinho só, da humanidade que ainda lhe resta? Para saber qual foi a decisão de Morgan: O Único, vocês terão que ler o livro, que está a venda pelo precinho módico de R$17,90 (com direito a dedicatória do autor) no blog administrado pelo Douglas, o Listas Literárias. Ou, se quiser, você ainda pode participar do nosso concurso no twitter, que explico logo abaixo.

Serão dois exemplares para dois sortudos diferentes. Para concorrer é fácil: Basta seguir os perfis do autor @DouglasEralldo e do @StephenKing_Br no twitter, dar RT ou twittar a seguinte mensagem “Quero ganhar um exemplar do livro “Morgan: O Único” que o @StephenKing_Br e o @DouglasEralldo vão me dar: http://sorteia.eu/uf” cruzar os dedos e correr para o abraço quando for sorteado. O sorteio, aliás, acontecerá no dia 08 de Outubro.

Boa sorte!

Sobre o autor: Douglas Eralldo, nasceu em Santa Cruz do Sul RS em 1980 e reside em Pantano Grande/RS. Autor, além de escrever para jornais, atualmente colunista do Jornal Destak, designer freelancer e escritor. Publicou textos na Seleta de Versos 13 (2001, Editora Borck), na antologia Noctâmbulos (2006, Andross), e em 2011 lançou seu primeiro livro, o romance de horror e suspense, Morgan: o único pela Editora Literata.

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