Livro da semana: “O iluminado” (The Shining)

Título Original: The Shining
Título Traduzido: O Iluminado
Ano de Publicação: 1977
Personagens Principais: Jack Torrance, Daniel Torrance, Wendy Torrance, Dick Hallorann, e Stuart Ullman
Adaptação: O Iluminado (1980), O Iluminado (1997)
Disponível no Brasil pelas Editoras: Abril Cultural (1984) – Nova Cultural (1987) – Planeta DeAgostini (2004) – Objetiva (2005) – Ponto de Leitura (2009)

Sobre o livro…

Jack Torrance é um escritor que sofre de alcoolismo e que está passando por uma fase difícil em sua vida. Tentando fazer com que as coisas melhorem, Jack aceita o emprego de zelador de inverno, no isolado resort “Overlook Hotel”, um lugar misterioso, onde coisas estranhas e assustadoras aconteceram no passado e permanecem acontecendo no presente. Jack se muda para lá com sua esposa Wendy e seu filho Danny, a fim de encontrar, além de um emprego que possa pagar suas contas, um lugar para repulsar e poder terminar de escrever a peça na qual estava trabalhando. Seu filho, Danny Torrance, é um garotinho muito especial. Ele consegue ver coisas que os outros não conseguem. Consegue sentir coisas que pessoas normais, geralmente, não sentem. Ele é, o que seu amigo Dick Hallorann gosta de chamar de “Iluminado”. Dick sabe disso pois ele também possui esse dom e é ele que alerta o garoto, quando ele chega até o hotel onde Dick é o zelador, sobre as coisas que provavelmente verá ali e como deve lidar com elas. Danny passa então a ser atormentado por fantasmas e visões aterradoras, numa tentativa do hotel de possui-lo. Como não obtém hesito nessa tarefa, o hotel acaba procurando uma “presa mais fácil” e encontra o pai de Danny, Jack Torrance, que durante sua estadia no hotel descobrirá que o Overlook está “vivo”, uma chaga aberta cheia de ressentimento e ódio, ambos direcionados aos Torrence.

“Este lugar humano cria monstros desumanos” (S.K)

Para quem está acostumado com o terror escatológico de um Barker, ou uma ambientação de fluxo rápido de idéias de uma Gerritsen, “O iluminado” (e, aliás, nenhum outro livro de Stephen King) não é o livro mais indicado. O terror ali se insinua de maneira lenta e gradativa, King nunca vai direto ao ponto. Muito pelo contrário. A ambientalização é feita aos poucos, a medida em que King vai “criando o clima” e quando você menos espera… BANG! já está acompanhando o jovem Danny pelos corredores desertos do Hotel Overlook e esbarrando com assombrações. É isso que torna, na opinião deste humilde ser que vós fala, a obra mais interessante e verossímil.

"Stanley Hotel", o "Overlook" da vida real

Os personagens não são exageradamente complexos ou tão profundos a ponto de se tornarem ícones da literatura contemporânea, mas também não são rasos a ponto de passarem despercebidos. As angústias da mãe preocupada com o filho estão ali, as preocupações do pai, consigo mesmo, tentando enfrentar e resolver o seu problema com o álcool também (King se baseou em seu próprio problema com a bebida para criar o personagem), além das incertezas que uma mudança repentina (mas necessária) no estilo de vida da família pode trazer… Temos Danny, que faz o papel de garotinho inocente, que mal sabe soletrar algumas palavras, mas que carrega nas costas toda a responsabilidade de ser o “catalisador” dos fatos que acontecerão durante a estadia da família no hotel e temos, é claro, o próprio hotel, que na descrição de King é um show a parte, tanto com relação à imponência arquitetônica quanto com relação ao modo como o hotel interage com os seus novos hospedes, mergulhando em seus medos mais profundos e obscuros. Não é (repito, na minha humilde opinião) um dos melhores livros do autor, mas é, ainda assim, um ótimo e recomendadíssimo livro.

Curiosidades

  • Terceiro livro de Stephen King a ser publicado (primeiro em capa dura).
  • O livro foi concebido originalmente como uma peça em cinco atos.
  • Conta-se que King escolheu o lugar onde aconteceria a história do seu próximo romance “no chute”. Ele usou um atrás geográfico para apontar aleatoriamente onde aconteceria a história. Boulder, Colorado, foi o lugar escolhido.
  • O título do livro foi inspirado na música “Instant Karma” de John Lennon.
  • O título original do livro seria “The Shine”, porém King preferiu mudá-lo quando percebeu que “Shine” era uma gíria pejorativa para negros.
  • Originalmente havia no livro um capítulo (com o título de “Before the play”) que narrava os eventos ocorridos antes dos Torrence chegarem ao hotel, mostrando porque ele era mal assombrado. Também havia nele um prólogo que mostrava um Jack Torrance ainda menino, apanhando do pai bêbado e tendo seu braço quebrado por ele (exatamente como ele faria no futuro, com seu filho Danny).
  • King ficou hospedado no hotel Stanley, enquanto viajava para escrever seu novo romance. O hotel estava para fechar, devido ao fim da temporada, e eles acabaram ficando lá sozinhos, hospedados no quarto (que dizia a lenda, ser assombrado) 217. Dai King tirou grande parte das idéias que o inspiraram a escrever “o iluminado”.
  • O mesmo hotel Stanley (aberto em 1903) teve outros hóspedes conhecidos. Entre eles podemos destacar alguns como: Bob Dylan, Theodore Roosevelt, Cary Grant e o imperador japonês Hirohito.
  • Teve duas adaptações, sendo uma para o cinema, pelas mãos do diretor Stanley Kubrick, em 1980 e uma diretamente para a tv, numa mini-série dirigida por Mick Garris (diretor de diversas outras adaptações de King como:  Riding the Bullet, The Stand e Desperation).
  • O hotel Stanley também serviu de locação para as filmagens de “The shining” (A mini série de 1997)
  • Stephen King foi o responsável pelo roteiro da versão de 1997, bem mais fiel ao livro do que a versão anterior de Kubrick.
  • King voltou a abordar o tema de “casarão/hotel mal assombrado” em “Rose Red”, roteiro escrito por ele para o filme feito diretamente para a tv.
  • Recentemente King anunciou que está trabalhando na continuação do livro que ele intitulou de “Dr. Sleep”. Nele Danny já está com 30 anos e se vê obrigado a usar os seus poderes para enfrentar uma estranha raça conhecida como “a tribo” que se alimenta das energias psíquicas das pessoas.
  • Em uma apresentação no Mason Award king leu um trecho do livro, que pode ser lido (em português) aqui.
Capas
Gostou deste conteúdo? Compartilhe!

Uma resposta

  1. Wanderson meu brother,eu penso a mesma coisa que você:o livro é excelente,mostra bem os vários estágios da loucura,agora a CAPA ficou um LIXO!esse foi o meu primeiro livro do KING!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

The access token could not be decrypted. Your access token is currently invalid. Please re-authorize your Instagram account.