Personagens da Semana: Os Mutantes do Mundo-Médio

Mil e trezentos anos antes da Jornada de Arthur Eld aos campos rubros de Can’-Ka No Rey para que pudesse subir ao topo da Torre Negra e recuperar as armas e a espada que seus sonhos atribuíam a ele, o Povo Antigo do Mundo-Médio estava engajado em uma guerra completa. Este Armageddon destruiu cada governo, cada centro de controle militar e cada cidade da face da terra. Os corpos dos homens e mulheres que não foram capazes de se abrigar da rajada contaminante (ou aqueles que tomaram cobertura em áreas tóxicas) ficaram irreconhecíveis em razão das partículas radioativas. Como os animais, plantas, insetos e peixes do Mundo-Médio, eles sofreram mutações…

Diversos foram os nomes dado a esse evento catastrófico pelas gerações sobreviventes – A Guerra Antiga, O Grande Cataclisma, O Grande Incêndio, O Grande Envenenamento – mas nenhum foi capaz de capturar o horror deste evento. Parte de explosão bioquímica, parte desastre nuclear, parte ataque biológico, foi como um Big Bang ao contrario – não criando as coisas, mas marcando seu fim.

Mesmo antes do fim da guerra, humanos e animais começaram a nascer com mutações (como resultado inevitável do ar, da água e o solo tóxico), mas nos séculos seguintes a catástrofe radioativa, as mutações se tornaram comuns, mesmo quando os pais pareciam estar em boa forma e saudáveis. Animais domésticos deviam ser cuidadosamente cruzados para nascerem saudáveis ou não mutantes, e aqueles que nasciam com pernas ou olhos extras eram mortos e seus corpos queimados. Bebês humanos que nasciam com apêndices extras ou com duas cabeças eram deixados nas encostas para que morressem. Ocasionalmente estas crianças eram adotadas, por bandos de Vagos Mutantes, mas mais freqüentemente do que não eles eram devorados por animais ou cozidos pelos mesmos Vagos Mutantes (após muitas gerações de separação dos seus companheiros humanos) que aderiram ao canibalismo.

Este é o panorama dos mutantes no Mundo-Médio. Uma vez que nem todos os tipos ainda foram documentados, a lista continua a se expandir.

I – MUTAÇÕES EM ANIMAIS

Os animais, os insetos e as plantas mutantes encontradas no Mundo-Médio são extremamente variáveis. No entanto certas tendências são dignas de nota – especialmente aquelas que ocorrem entre os animais domésticos, selvagens, caçadores/predadores que tendem a se aproximar das habitações humanas. A mutação encontrada com maior freqüente entre os mamíferos são olhos ou membros extras. Entre os predadores estar mutações particulares são frequentemente acompanhadas de uma maior ferocidade, mas com uma diminuição na destreza. Por isso essas criaturas são mais susceptíveis de lutar entre si, mas têm menos probabilidades de êxito em caçarem suas presas. A mutação menos comum é a mudez (as criaturas nascem sem cordas vocais). Em casos mais extremos, mutantes nascem com cabeças extras ou com bolsas intestinais externas (normalmente feito a partir de uma fina membrana-transparente). Veados, coelhos, etc, mutantes são raramente caçados para alimentação, visto que suas carnes tendem a ser envenenadas. O mesmo pode ser dito dos favos produzido pelas infames abelhas albinas, o qual o mel é extremamente tóxico.

Veados: A mutação mais comum entre os veados são os membros extras. Estes membros são geralmente atrofiados e pendem frouxamente de suas barrigas. Olhos adicionais (usualmente cegos) também são comuns. A mutação mais extrema é ausência de pele. Sem pele o veado raramente sobrevive mais de uma hora após o nascimento, vez que a fina membrana que cobre seus corpos se rompe facilmente. Aqueles que sobrevivem raramente são alimentados por suas mães, e então morrem de fome.

Cachorros: Entre os animais domésticos, as mutações em cachorros se tornaram completamente raras. Isto provavelmente se deve ao fato de que cadelas tendem a matar filhotes mutantes. Contudo, mudez, é uma mutação comum entre os cães selvagens. Na realidade, nas áreas remotas do Mundo-Médio grandes bandos de cães mudos vagam pelas terras devastadas. Eles são perigosos predadores silenciosos.

Cavalos: As mutações comuns nos cavalos são pernas e olhos extras, estômago / intestinos externos (o intestino é contido por uma bolsa membranosa transparente). Felizmente, cavalos domésticos são cuidadosamente cruzados ao passar das gerações o que vem tornando raras essas mutações.

Invertebrados: Insetos mutantes são extremamente comuns. A mais perigosa são as vespas mutantes, que tendem a ter ferrões do tamanho de unhas. As aranhas mutantes caseiras (o tipo com olhos em talos) possuem uma mordida venenosa, mas é fraca o suficiente somente para causar tonturas e náuseas nos adultos (crianças pequenas e pessoas mais velhas estão em maior risco). Como já afirmado na introdução, a indolente abelha branca produz mel tóxico. Sob nenhuma circunstância deve ser provado.

Ratos: São comuns em cidades do Mundo-Médio desertas. A mutação mais freqüente é a cegueira, no entanto ratos cegos possuem dentes extremamente afiados e são incrivelmente ferozes. Outra mutação comum é aquela do estomago/intestino externo que fica pendurado do lado de fora da pele em uma pequena bolsa membranosa. Apesar de essas mutações particulares enfraquecerem os ratos, alguns mutantes tendem a serem atacados e comidos por bandos.

Lobos: Como nos cães selvagens a mutação mais comum é a mudez. De qualquer forma, vários bandos de lobos mutantes de duas cabeças foram descobertos em regiões florestais remotas.

II – MUTAÇÕES HUMANAS: VAGOS MUTANTES

Os Vagos Mutantes do Mundo Médio são os descendentes diretos desses homens e mulheres que foram expostos e maculados pelos resíduos venenosos do Grande Cataclisma. Apesar de sua aparência variar muito – desde humanos misturados que só podem ser descritos como fungos com cérebros, eles tendem a possuir características consistentes. Devido em grande parte a centenas de gerações procriando no subterrâneo, a maioria dos Vagos Mutantes são sensíveis à luz e noturnos. Contudo em áreas remotas do Mundo-Médio (particularmente nas mais frias, climas setentrionais), os Vagos Mutantes tendem a serem mais ativos durante o dia, especialmente no crepúsculo e no amanhecer. (nota: Nas regiões remotas, os Vagos Mutantes são menos suscetíveis a serem caçados e mortos por humanos saudáveis e diurnos. Assim, a variação noturno/diurno entre os mutantes humanóides pode ser percebida em razão do nível de ameaça e não somente em razão da fotossensibilidade.

Devido a sua fotossensibilidade, a maioria das colônias de Vagos Mutantes constrói seus ninhos (ou colméias, como freqüentemente são chamadas) nas sombras, lugares remotos, tal como em cavernas ou em antigas linhas de metrô. Uma vez que a maioria manteve pelo menos uma parte da inteligência humana, eles possuem suas próprias leis tribais, embora sua cultura continue a ser extremamente primitiva e brutal. Apesar desta generalização, alguns grupos isolados (em particular aqueles Ciclopes que vivem debaixo das Montanhas) se disseminaram e parecem mais como mortos vivos do que homens e mulheres que respiram e pensam.

De qualquer forma, não importa o quão intacto ou danificado possa ser o cérebro dos Vagos Mutantes, eles são sempre criaturas perigosas para se encontrar. Quanto menos inteligente for um Vago Mutante, mais violento será o seu comportamento. No entanto, existe uma relação direta entre a inteligência dos Vagos Mutantes e sua astúcia. Mais de um experiente viajante foi emboscado por Vagos Mutantes e depois fervido em panelas, uma vez que um grande número de tribos de Vagos Mutantes desenvolveu gosto pela carne humana ou, como eles chamam, pelos “porcos compridos”. Abaixo há uma lista das principais tribos de Vagos Mutantes.

1. O POVO VERDE DAS MONTANHAS DESATOYA

Ironicamente, muitas mutações humanas foram causadas não somente pelas bombas radioativas ou as artilharias contaminadas, mas pelas pessoas passarem um longo tempo abrigadas em locais tóxicos. Um bom exemplo disto pode ser encontrado no Povo Verde das Montanhas Desatoya, especialmente na tribo que vive próxima a pequena cidade de Eluria. No ápice do Grande Envenenamento, um número de famílias decidiu se esconder nas minas de rádio desativadas. No correr das gerações, eles desenvolveram uma pele verde fluorescente que deu origem a seu nome. Até hoje, eles continuam a habitar as minas, apesar das toxinas encontradas lá terem limitado severamente seu desenvolvimento cerebral. Como suas pernas e pés tendem a ser mal formados, o Povo Verde caminha arrastando os pés. Porém, sua força tende a ser três vezes maior que a de um humano comum. Embora eles sejam menos desfigurados que a maioria, o Povo Verde é extremamente perigoso e costuma assassinar e comer aqueles que não são de sua própria tribo.

2. MUTANTES CICLOPES DA MONTANHA

Os mutantes Ciclopes das Montanhas descendem de famílias, que procuraram abrigo nas galerias cheias de gás tóxico do metrô subterrâneo, são uns dos desastres mais horríveis de todos os mutantes humanos. Seus cérebros são também os mais seriamente danificados. Como o Povo Verde, sua pele é de um tom verde fluorescente. Muitos desenvolverem omatóforos como os de lesmas e alguns possuem tentáculos ao invés de braços. Esses que ainda possuem mãos tendem a ter dedos colados devido ao fato de gastarem muito tempo pegando peixes nos canais subterrâneos que passam pode debaixo das montanhas até o Mar Oeste. Como o Povo Verde, eles são conhecidos por comer humanos saudáveis – quando conseguem pegá-los.

3. OS FILHOS DE RODERICK (RODS)

Os Filhos de Roderick são um dos poucos clãs de mutantes que possuem uma cultura própria desenvolvida. Seus competentes menestréis gravam a história de seu povo e recontam tanto os feitos heróicos quanto os desastrosos de seus ancestrais. Enquanto as outras tribos mutantes lutaram contra Arthur Eld e seus cavaleiros quando os humanos lutavam para reestabelecer alguma forma de civilização, as itinerantes tribos de Roderick juraram servir Rei Arthur e seus descendentes.

Diferentemente das outras tribos mutantes, os Filhos de Roderick originaram-se nas distantes Planícies do Sul – uma região desconhecida para os cartógrafos do Mundo Médio – a qual alguns dizem estar atualmente localizadas em um nível diferente da Torre Negra. Assim, o desastre venenoso que os criou pode ser diferente dos que criou os demais mutantes do mundo. Os Rods possuem uma variedade de deformidades físicas que os separa dos outros Vagos Mutantes. Deformações nos olhos, protuberâncias como presas na boca e nariz, e pés com dedos em formas de garra são comuns entre eles. Os Filhos de Roderick também estão sujeitos a doenças de pele que parecem não afetar outros mutantes humanóides, dentre estas doenças há uma que parece e progride como lepra. Aqueles afligidos por essa doença preferem tirarem as próprias vidas do passarem pela experiência dolorosa de deterem seus corpos deteriorados (Depois de certo ponto, os membros dos Rods ficam entorpecidos e rompem-se sem aviso).

4. MUTANTES DAS TERRAS DEVASTADAS

Através do Mundo Médio, as populações mutantes estão diminuindo. Entre animais domésticos e gado, esse é o resultado de cruzamentos cuidadosos e avanços nas técnicas de criação. Porém, à medida que os venenos no ar, solo e água gradualmente diminuem, o número de mutantes encontrados entre as criaturas selvagens do Mundo Médio também diminui. Por outro lado, nas terras tóxicas do Mundo-Médio, as espécies mutantes continuam a se proliferar a uma taxa alarmante. Como os humanos não podem viajar muito nessas regiões malignas, são poucas as descrições detalhadas das criaturas que perambulam nessa região. Alguns viajantes das Terras Fronteiriças reportaram terem visto besouros e serpentes gigantes, e criaturas de “pernas longas” semelhantes a aves, parte cegonha parte tripé. Mas os mais perturbadores de todos são os contos sobre monstruosidades brancas e saltadoras que não aparentam nem humanos nem feras. Estudo adicional será necessário antes de confirmar a existência desses chamados “ghouls-fantasmas” (como são chamados)

Tradução e Adaptação: Daniel Bernini e Cris Deschain
Originalmente publicado em: www.projeto19.com
Fonte: Hqs da Torre Negra – Marvel Comics

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