Adaptação da semana: Na Hora da Zona Morta (1983)

Título original: The Dead Zone

Gênero: Suspense

Duração: 104 minutos

Ano de lançamento: 1983

Direção: David Cronenberg

Produção: Debra Hill

Roteiro: Jeffrey Boam

Música: Michael Kamen

Elenco: Christopher Walken (Johnny Smith), Brooke Adams (Sarah Bracknell), Herbert Lom (Dr. Sam Weizak), Martin Sheen (Greg Stillson).

Trailer

Resenha

John é um homem feliz. É um ótimo professor e tem uma ótima namorada, Sarah, que ama e que planeja pedir em casamento muito em breve.

Porém, um acidente muda todas as coisas.

John fica em coma durante cinco anos e acorda com uma estranha habilidade: ao tocar as pessoas ele pode ver importantes eventos, tanto do passado, como do futuro.

Agora, ele tenta continuar a viver, embora tudo tenha mudado ao seu redor e, para ele, foi como se simplesmente tivesse dormido e acordado em um pesadelo muito ruim.

Crítica

Já no começo do filme, vemos que não será uma adaptação propriamente dita. Todo o suspense no início do livro, de que algo está prestes a dar muito errado, é cortado. Tudo o que vemos é John sentindo uma ligeira dor de cabeça na montanha russa e esse é o motivo por não ficar com Sarah naquele dia.

Além das mudanças, o filme não carrega muita emoção. Nós não podemos sofrer com os personagens, porque eles não são bem trabalhados, não são profundos. Tudo acontece rápido demais, sem muitos detalhes.

Isso não se deve a interpretação dos atores, vejo que Christopher Walken tentou fazer um bom trabalho como Johnny, mas não há muita profundidade no filme como um todo. No livro, senti uma simpatia enorme por Johnny e torcia por ele o tempo todo, mas no filme não estabelecemos essa relação com ele ou com qualquer personagem.

Uma coisa que achei interessante foi o modo como as visões de Johnny são mostradas, como se ele estivesse realmente lá, fazendo parte da cena e do acontecimento, acho que as cenas das visões são as únicas que carregam certa emoção.

Sinceramente não sei o que aconteceu com o filme. Parece que eles queriam mostrar todas as cenas importantes do livro, o que é meio difícil e então nenhuma delas tomou profundidade. Um filme que era para ser interessante tornou-se enfadonho.

Alguns detalhes, como Greg Stillson, mudaram. Gostaria de tê-lo conhecido antes de uma hora de filme, saber do passado dele, como ele trilhou o caminho para concorrer ao senado dos EUA. Isso foi interessante no livro e seria no filme também.

Uma substituição que não me agradou, foi com relação ao aluno de Jhonny – que no livro se chama Chuck, mas no filme, Chris. No livro ele é um garoto famoso, joga futebol americano, bonito, só que não se dá muito bem com a leitura e John o ajuda. Já no filme, ele é uma criança fechada, sozinha e quieta, muito tímida. O acidente que John prevê também é completamente alterado.

O filme não consegue passar emoção. Tentaram, inclusive na importante ajuda que Johnny dá em um caso de assassinatos em Castle Rock, falharam. Mesmo com alterações, poderia ser um bom filme, mas a falta de profundidade o torna muito fraco.

Zona Morta também ganhou um seriado com seis temporadas, conhecido no Brasil como O Vidente. Costumava passar no SBT e os episódios que me lembro de ver eram bons, apesar de que eu não sabia na época que era uma adaptação do livro.

Curiosidades

  • O diretor David Cronenberg teve de refilmar a cena da primeira premonição de Jhonny, onde mostra um quarto em chamas. A cena mostrava um boneco do ET em uma das prateleiras e a Universal ameaçou entrar com um processo.
  • David Cronenberg quis mudar o nome do personagem interpretado por Christopher Walken. “Nunca iria nomear alguém como John Smith”, brincou, mas acabou mudando de idéia.
  • Tanto o filme, quanto o romance de Stephen King, são vagamente baseados na vida do famoso psíquico, Peter Hurkos. Ele afirma ter adquirido poderes psíquicos depois de cair na escada e bater a cabeça.
  • Há várias cenas deletadas que foram filmadas e concluídas, mas nunca vistas publicamente. Entre elas: Um prólogo mostrando John como um menino (interpretado por Stephen Flynn) que está com um machucado na cabeça, causado durante uma partida de hóquei. A cena apresenta o ator Sean Sullivan como pai de John.
  • Antes de seu acidente, Johnny Smith era um professor de Inglês. Stephen King também era um professor de Inglês antes de se tornar escritor em tempo integral.
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6 respostas

  1. Esse filme vale a pena mais pela direção do Cronenberg do que pelas atuações dos atores. Não é meu livro nem meu filme favoritos , mas garante um bom divertimento numa tarde cinzenta de sábado. Nessa crítica concordo em gênero, número e grau. contigo.

  2. Realmente o livro é mais emocionante e cativante do que o livro…Mas, para falar a verdade, eu não esperava nada da adaptação, porque é costume tornar os livros do SK em filmes de 3ª classe..Será porque que fazem isso!!!???

    1. Lana, realmente, a maioria das adaptações de livros do King são bem ruinzinhas =\ Acho que se deve pelo fato dos diretores, produtores focarem em cenas de sangue, horror do que na trama em si.

  3. E mais uma vez retornamos à grande verdade: Só Darabont faz adaptações perfeitas de King! Quanto ao seriado confesso que também achava divertido.

  4. Pessoal sabem por favor me dizer um site onde posso baixar este filme A HORA DA ZONA MORTA DE 1983 (DUBLADO)? E TODOS OS FILMES BASEADOS NA OBRA DE STEPHEN KING? SE ME DISSEREM EU AGRADEÇO MUITO!!! POIS TENTEI ACHAR O DVD MAS NÃO CONSEGUI!!

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